Portal do Governo Brasileiro
2012 - Livro Vermelho 2013

Trigonia bahiensis E.F.Guim. & Miguel LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 13-09-2012

Criterio:

Avaliador: Eduardo Pinheiro Fernandez

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Trigonia bahiensis E.F. Guim. & Miguel era considerada endêmica da Bahia; entretando, coleções recentemente determinadas pela especialista E.F. Guimarães ampliaram de maneira significativa a distribuição do táxon, com registros confirmados atualmente para os estados do Ceará, Minas Gerais e Espirito Santo. Com registros em Florestas Ombrófilas Densas e estacionais deciduais e semideciduais (carrascos, mussunungas, florestas de restinga), esta erva escandente está bem representada em herbários e protegida pelos limites de diferentes categorias de Unidades de Conservação ao longo de sua distribuição. Por esses motivos, foi considerada de Menor Preocupação (LC) em relação ao seu risco de extinção.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Trigonia bahiensis E.F. Guim., Miguel & Fontela;

Família: Trigoniaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Bol. Mus. Bot. Mun. (Curitiba) 36: 1 (1979).

Dados populacionais

Em estudo realizado no carrasco em Jaburuna, no Planalto da Ibiapaba, no estado do Ceará, foram amostrados 10 indivíduos em uma área de 1ha (Araújo et al., 1999).

Distribuição

Ocorre no estado da Bahia, Ceará, Minas Gerais e Espírito Santo (Lleras, 2012; Miguel, 2003).

Ecologia

Caracteriza-se por arbustos de ramos flexuosos; coletada com flores nos meses de Janeiro, Fevereiro, Março e Setembro, em frutos, em Março e Setembro (Miguel, 2003).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Opovoamento do Cerrado teve início há cerca de 11.000 anos. Até meados da décadade cinqüenta, a região permaneceu praticamente isolada devido à ausência devias de transporte. Com a implantação de Brasília na década de sessenta, oCerrado sofreu mudanças marcantes em seus aspectos físicos, biológicos, sociaise culturais. A urbanização rápida, o crescimento das cidades antigas e aexpansão da fronteira agrícola exercem até os dias atuais uma forte pressãosobre a região do cerrado, provocando os mais variados tipos de impactosambientais negativos (Pinto, 1993). Deacordo com o estudo da ConservationInternational, dos 1.783.200 km² originais do Cerrado, restam intactosapenas 356.630 km², ou 20% do bioma original (Camillo, 2008).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada Vulnerável (VU) pela Lista vermelha da flora de Minas Gerais (COPAM-MG, 1997).

4.4.3 Management
Observações: Ocorre em Unidades de Conservação: Estação Ecológica do Pau-Brasil, no estado da Bahia e Reserva Florestal da Companhia Vale do Rio Doce, no Espírito Santo (CNCFlora, 2012).

Referências

- ARAÚJO, F.S.; MARTINS, F.R.; SHEPHERD, G.J. Variações estruturais e florísticas do carrasco no Planalto do Ibiapaba, Estado do Ceará., Revista Brasileira de Biologia, v.59, p.663-678, 1999.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- MIGUEL, J.R. Revisão taxonômica da família Trigoniaceae no Brasil. Doutorado. : Universidade Federal do Rio de Janeiro (Museu Nacional), 2003.

- CAMILLO, J. Germinação e conservação de germoplasma de algodão-do-campo [Cochlospermum regium (Mart. ex. Schrank) Pilger] - Cochlospermaceae. Mestrado. Brasília: Universidade de Brasília (Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária), 2008.

- GUIMARÃES, E.F.; MIGUEL, J.R. Trigoniaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.486-487, 2009.

- LLERAS, E. Trigonia bahiensis in Trigonia (Trigoniaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB014956>.

Como citar

CNCFlora. Trigonia bahiensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Trigonia bahiensis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 13/09/2012 - 18:24:22